(2019) NÃO TENHO NENHUMA MENSAGEM
Lembro-me que, na década de noventa, uma das turmas que lecionei, e que estava se formando, me pediu para sugerir uma frase para ser estampada em sua camiseta de formatura - camiseta a qual tenho guardada até hoje. Bem, sem pestanejar sugeri o seguinte aforismo de Mahatma Gandhi: “não tenho mensagem; faço de minha vida minha mensagem”. Sim, isso mesmo, a frase foi adotada e a camiseta ficou porreta. Mas não é de formaturas que intento parlar, nem tão somente do findar dum ano para o nascimento doutro. Gostaria, sim, de falar sobre outras coisas a partir dessa sentença e a respeito da experiência que nos é propiciada por ritos de passagem como o do réveillon. Todos, desde os mais ingênuos, até os mais incrédulos, acabam nessas épocas entregando-se a alguma forma de reflexão. Sejam elas profundas ou superficiais, num clima etílico ou de estoica sobriedade, cada um ao seu modo inevitavelmente faz a sua retrospectiva do ano que se despede. Ou seja: sem querer quer