REFLEXÕES DOMINGUEIRAS

Por Dartagnan da Silva Zanela


A coisa mais esquisita que há no noticiário brasileiro contemporâneo é a uniformidade com que os fatos são apresentados e interpretados. Muda-se uma palavra aqui, outra acolá, mas a narrativa subjacente é sempre a mesma.

(ii)
A galerinha do bem é muito esquisita mesmo. Pra dizer o mínimo. Ficam loucos da vida quando o assunto é a execução dum criminoso notório e, nesse ponto, estão relativamente certos quanto a isso. Todavia, não manifestam o menor sentimento de empatia para com um inocente que tem o seu direito à vida negado e, nesse quesito, essa gente está absolutamente errada.

(iii)
Sim, todo ponto de vista é a vista de um ponto, porém, existem alguns pontos que são cegos e outros tantos que simplesmente são errados ou mal intencionados.

(iv)
Se o sonho de Roberto Campos – que era o fatiamento e a privatização da petrossauro – tivesse sido realizado até a década de noventa do século passado, bem provavelmente nada disso estaria acontecendo. Nada.

(v)
Diante de tantas abobrinhas midiáticas, na condição de esculhambador surreal da república, decreto, de imediato, Estado de sítio. E tenho dito.

(vi)
Ao que tudo indica, graças ao bom Deus, o Brasil está deixando de ser o país do futebol. Estamos bem pertinho da dita cuja da Copa do Mundo e ninguém está falando nada dessa choldra ignóbil.

(vii)
Enquanto você fica vendo fake news eu me divirto pacas lendo um exemplar do jornal DON QUIXOTE de Angelo Agostini de 1895. Pode crer que estou bem melhor informado.

(viii)
Sempre contamos e explicamos - para nós e para os outros - o que está acontecendo em nossa vida, tomando uma narrativa maior e mais ampla como referência estruturante que, ao seu modo, dá um certo “sentido” ao conjunto da treta. Se a narrativa é, de fato, profunda, ela nos ajuda em nossa orientação nesse mundo confuso. Agora, se ela é fruto duma alucinação ideológica tosca e desmedida, o que temos é só desgraça. Tudo, com grande facilidade, vira “górpi” ou qualquer coisa do gênero.

(ix)
Rótulos e jargões politicamente corretos, literalmente, não passam de tranqueiras tiradas do fiote e que são propagadas pelo mundo afora por meio de vociferações anais mil.

(x)
O que podemos fazer para melhorar o nosso triste país? Sinceramente, não faço a menor ideia. Mas, se o assunto é melhorarmos como pessoa, tenho uma dica. Ela é simples, mas já é alguma coisa. Pra começo de conversar, poderíamos começar oferecendo atenção aos livros - esses ilustres desprezados por nossa ignorância autocomplacente e presunçosa. Uma atenção similar à que entregamos graciosamente, e com fartura, ao celular.

(xi)
O lazarento que inventou a frase "o petróleo é nosso" merecia levar uma surra de urtiga com espada de São Jorge. Os tongos que continuam acreditando nessa patacoada também. E com direito a salmoura.

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