A NOSSA CARA ESCARRADA
Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
Sejamos
francos: os heróis, ídolos, mitos, ícones, ou seja lá por qual nome gostemos de
chama-los, são a cara escarrada daqueles que os reverenciam.
Sempre.
Invariavelmente eles refletem os valores que dão forma, ou deformam, o nosso
caráter. Não tem erro. É simples assim e ponto.
O senhor
Neymar é um exemplo pra lá de didático disso. Esse cara é a cara dessa geração
infeliz que perambula sem rumo ou prumo nesse triste país mais ou menos
tropical.
Sobre essa
encrenca descomunal, que é o desfibramento moral dos indivíduos de nossa sociedade,
há um artigo, muitíssimo bem escrito por André de Leones, intitulado OS JARDINS
ABANDONADOS.
Nesse texto,
o autor nos diz o seguinte: “[...] vi Neymar (aparentemente) indo às lágrimas
ao final do jogo, ajoelhado no meio do gramado, e pensei: não. Não compro o
choro. Não compro o ídolo. Não compro a falta de postura, a carência de
profissionalismo, a falsidade, as molecagens, o desrespeito para com o árbitro,
os adversários, os companheiros e os torcedores. Mesmo que vença a Copa, esta
ou a próxima, esta e a próxima, Neymar ainda é e será um sintoma flagrante do
que ‘brota e domina’ por aqui, o produto moralmente falho de um não-país, a
quintessência de uma geração de chorões e descompensados. Craque de futebol, é
só. Tire o uniforme e as chuteiras e só restará um vácuo, a pura
presentificação daquele abandono. Pobre demais. Paupérrimo”.
Infelizmente,
é isso mesmo e nada mais. O grande ídolo do Brasil é a cara da brasilidade que
não quer deixar de ser adolescente e dessa infame sociedade que se recusa a
crescer.
Comentários
Postar um comentário