SEM NOÇÃO E SEM PROPORÇÃO


Por Dartagnan da Silva Zanela


[1] Nunca, nunca, nunquinha espere que uma alminha estúpida – tão estulta quanto fofa - sinta falta do tal do conhecimento. Nunquinha mesmo. Uma pessoa apenas pode sentir a ausência daquilo que um dia realmente teve e amou. Se nunca teve, nunca amou e não sabe como é amar o dito cujo do saber e é por isso mesmo que, nesses casos, o caipora sente-se mui satisfeito e orgulhoso de sua ignorância soberba e sem fim.

[2] Não fique tristonho quando a massa ignara não o compreende. Não fique não. Aliás, rejubile-se quando isso acontece. Isso mesmo. Fique faceiro da vida porque se essa massa de almas sebosas o entendesse muito bem e aprovasse tudo o que você diz e faz, isso seria um sinal cabal de que há algo de muito errado com você, com suas ideias e com o seu caráter.

[3] Dum modo geral, nas pedagogias modernosas, a bajulação das ignorâncias presunçosas é tida como a pedra fundamental para o desenvolvimento duma boa educação. É. Pois é. Não é à toa que somos uma nação onde, de acordo com o INAF, apenas 8% da população brasileira pode ser considerada como proficiente em leitura. Enfim e resumindo: se pelos frutos conhecereis, quando iremos reconhecer o total fracasso de nosso sistema educacional e o desastres promovido pelas teorias educacionais que há décadas inspiram nossas políticas públicas? Quando? Quando? Pois é.

[4] Se um sujeito quando lê algo, crê que o que ele supostamente interpretou é mais importante do que aquilo que ele deveria ter compreendido, nada que preste poderá vir de sua pessoinha. Nadinha.

Aliás, se um caipora desse diz, na cara dura, que não entendeu nada do que você falou, fique tranquilo. Fique tranquilo porque, de fato e infelizmente, ele não entendeu nada do que você disse e, bem provavelmente, não sabe do que está falando.

[5] Os antigos acreditavam que a correção era a mãe do aprendizado. Hoje não. De jeito maneira. De acordo com os doutos em matéria de educação, a correção é uma forma cruel e desumana de castigo que pode traumatizar profundamente alguém. O correto, hoje, é bajular. Bajular o presunçoso para que ele nunca descubra o que é o erro e, desse modo, jamais possa saber se ele está ou não redondamente errado.


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