CANJA DE GALINHA NÃO FAZ MAL

Por Dartagnan da Silva Zanela

Os grandes erros, que acabamos cometendo em nossa vida, não são, de modo algum, planejados, premeditados com a frieza dum malvadão de sangue frio e sem coração. Na grande maioria dos casos, as grandes cagadas que realizamos são fruto de atitudes impensadas, impulsivas e que, por sua deixa, foram desencadeadas sem pretensão maledicente alguma, mas que, infelizmente, acabaram terminando duma forma tal que ficamos aturdidos com o tamanho de nossa tonguice.

E o pior de tudo é que, uma vez ou outra, acabamos sendo vítimas de nós mesmos, de nossa impulsividade. Não há como escaparmos disso. E, com dirá o seu Omar, isso é trágico.

Por isso, penso que temos duas preciosíssimas lições, duas, que podem ser tiradas dessas tristes situações que, algumas vezes, temos de enfrentar, seja no trabalho, em casa e, é claro, no trânsito. No dito cujo do trânsito.

Primeiro, que isso ocorre conosco para aprendermos a baixar a bola, principalmente se somos daqueles figurões que acreditam que tem tudo sob controle - tendo inclusive sob controle o horário de assentar seus fundilhos no troninho para emitir privadamente as suas profundas ideias fecais.

Infelizmente, muitas vezes procedemos bem desse jeitão mesmo, fiando os nossos juízos nessa ilusão moderna, a de que temos tudo, tudinho sob controle.

Enfim, por isso mesmo, por misericórdia, Deus nos humilha de vez em quando para que possamos ter a oportunidade de recobrar o juízo e nos libertar, despertar dessa ilusão modernosa.

E é aí que vem a segunda lição. A de que devemos aprender a sermos mais pacientes e caridosos para com os outros quando erram, pois, muitas vezes, muitas vezes mesmo, poderia ter acontecido com a gente. E como acontece.

É claro que nós, reles mortais sem grandes pretensões, nunca pensamos nisso - possivelmente porque estamos sempre muito ocupados com outras coisas que consideramos mais importantes - da mesma forma que também não planejamos fazer o mal para os outros logo após terminar o café da manhã.

Por isso, paciência. Paciência para com todos é, e sempre será, um santo remédio para todos os dias e ocasiões. Se você não experimentou ainda, não perca tempo e comece a usá-lo pela manhã, durante a tarde e ao cair da noite. Enfim, tomemos ele, diariamente, para sabermos lidar melhor com as possíveis encrencas que, gostemos ou não, podem surgir em nosso dia a dia.