DIÁLOGOS NADA SOCRÁTICOS – PARTE VII
Por Dartagnan da Silva Zanela
DIÁLOGO UM:
- Por que
você escreve Darta?
- Para que
alguém leia o que eu escrevinho.
- E por que
alguém leria o que você escreve?
- Talvez pelo
mesmo motivo que me leva a escrever tudo o que acabo publicando.
- E qual
seria esse motivo?
- Ora, seja
generoso, leia o que escrevinho e descubra.
Diálogo dois:
- Professor!
O que uma pessoa quer dizer quando ela diz que o que a gente fala é um discurso
de ódio?
- É simples
meu caro padawan: quando um caipora vem para o seu lado com essa lengalenga de
discurso de ódio é porque ele está morrendo de raiva de você só porque ousou
não pensar - democraticamente - igualzinho a ele.
- Sério?
- Sério. E,
como esse tipo de tranqueira não vive sem sua pose afetada de bom mocinho, ele
necessita mortalmente dizer que o odiento é você.
- E o que eu
faço nesse tipo de situação?
- Primeiro
perdoe-o, com sinceridade, e depois mande-o tomar no fiote, sem ódio ou raiva,
por misericórdia.
- Sério?
- Sério.
Puxe a descarga e nada de ficar guardando merda em seu coração. Esse negócio de
ficar entulhando a alma com papel higiênico usado é coisa de gente do bem. Não
faça isso não filho. Não mesmo.
- E se ele
ficar bravo comigo?
- Será algo
muito bom.
- Por quê?
- Porque ele
estará, quem sabe, despertando de seu torpor ideológico ou, pelo menos,
mostrando a sua verdadeira face para você e para todos que tiverem olhos para
ver.
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