LÊNDEA EM PORCO MAGRO



Por Dartagnan da Silva Zanela


[1] Não é tão relevante assim, como dizem por aí, fazer a tal da diferença. Muito menos querer ser simplesmente alguém “diferente”. O relevante, a meu ver, é procurarmos ser alguém que se esforça, em silêncio, pra ser bom nesse mundinho de merda e que, na medida do possível, procura ser prestativo para, no frigir dos ovos, realizar algo minimamente digno, pouco importando se isso será notado pela maioria ou se esse trem irá nos fazer parecer alguém que supostamente destoa dos demais.

[2] A semente do ensino torna-se estéril quando o solo do aprendizado apresenta-se seco e pedregoso para recebê-la. A secura da alma soberba sempre rejeita a semeadora da boa lavoura e assim, desse jeitão, muitas e muitas almas tornam-se verdadeiros desertos da ignorância, almas essas que vão tomando conta de muitíssimas outras almas na sociedade contemporânea e, inevitavelmente, desertificando-as também.

[3] O silêncio, como todos nós sabemos, é fundamental para nos conhecemos. Mantermo-nos silente é imprescindível para conhecermos as pessoas que se fazem presentes em nossa vida, que vivem próximas ou não de nós. Silêncio. Eis a chave para todos os grandes tesouros que encontram-se na alma humana. Silêncio. Esse é aquele que foi expulso de nossas vidas pela sociedade moderna; expulso com o nosso vil e acovardado aval, pois não é pequeno o medo que temos de nos reconhecermos em tudo aquilo que nós desprezamos com todas as forças de nosso ser.

[4] Se realmente desejamos que uma criança leve a sério a Santa Missa, penso eu, que essa deve, necessariamente, ser celebrada com a reverência, serenidade e seriedade que lhe é devida. Avacalha-la, mutila-la com toda ordem de mundanismos e improvisos, fruto duma perigosa “criatividade selvagem”, acaba levando os infantes e reconhecer na celebração, não o mistério eucarístico, mas apenas a vontade humana de aparecer e destacar-se num espetáculo popularesco, similar a um show midiático.

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