NOTE BEM E ANOTE
Por Dartagnan da Silva Zanela
[1] A inveja
é uma merda, a burrice é uma bosta e a gente não é lá grande coisa, porém, note
bem, isso não significa que a vida não vale a pena.
[2] Nem tudo
tem recuperação. Mas praticamente tudo pode ser reciclado.
[3] Errar é
humano. Sim, todo mundo sabe disso. Agora, teimar no erro, pagar mico,
insistindo em fazer ou defender o que é evidentemente ridículo e errado e,
ainda por cima, achar que isso é a coisa mais linda do mundo - a fina flor da
consciência crítica - é, com o perdão da palavra, a mais pura tonguice. Se não
for algo pior. Bem pior.
[4] Uma das
piadas - prontinhas - do sistema educacional brasileiro é o tal do direito a
dita cuja da recuperação.
(Sei que há
outras piadinhas, mas nos limitemos no momento a essa).
Seria
cômico, se não fosse tragicamente real, mas, uma das cenas mais comuns que
temos presentes nas escolas brasileiras é a de alunos pedindo, sonsa e
cinicamente, logo após "iniciarem" a feitura de uma prova regular,
quando será realizada a prova de recuperação.
Pois é. E
eles estão certos em perguntar isso, tendo em vista que é um direito que lhes
cabe, porém, tal garantia perverte brutalmente o senso moral desses
suplicantes. E a perversão é feita duma forma que, obviamente, eles não compreendem.
Eles não
imaginam o tamanho da encrenca e, bem provavelmente, nem o seu professor.
O bagulho é
mais ou menos assim: o mancebo vai sendo corrompido, lentamente, a acostumar-se
a exigir tudo de todos como se suas exigências, mesmo as miúdas, fossem uma
espécie de direito inalienável só seu. Todinho seu. Direito esse que ele não
fez, e nem precisa fazer, o menor esforço para merecer. Entendeu? Entendeu como
é que funciona o babado?
Enfim, por
esse caminho todo tortinho, tão sutil quanto cínico, ele vai se transformando
gradativamente num bom cidadão brasileiro, sempre prontinho a obedecer caninamente
todo aquele que o bajule em sua mediocridade irremediável.
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