TRÊS PONTINHOS SEM INTERROGAÇÃO
Por Dartagnan da Silva Zanela
[1] Não
basta saber o que a gente quer. Até uma criancinha é capaz de declarar o que
quer - e de fazer isso com grande convicção. É, penso eu, necessário,
imprescindível, que saibamos o que é esse ou aquele trem que a gente
supostamente deseja com todas as forças de nosso ser para, através da imagem do
objeto de nossos desejos, sermos capazes de ver com clareza - com o zóio da
cara e com as vistas da alma - que tipo de pessoa nós somos. E é cada tipo de
gente, meu amigo, que eu prefiro nem tem contar.
[2] "Qualquer
simpatia ou tolerância para com petistas ou tucanos é cumplicidade moral com os
setenta mil homicídios anuais. Quem não enxerga isso não tem maturidade para
opinar sobre política". Eis aí um ponto simples que, em sua timeline, o
professor Olavo de Carvalho nos chama a atenção, ponto esse que, penso eu,
somente um tonto seria capaz de ignorar ou fazer pouco caso. De mais a mais,
como dizia Hayek, não apenas ações, mas também e principalmente as ideias tem
consequências, principalmente quando essas transformam-se em políticas públicas
com as consequências que cada um de nós já conhece, ou que, pelo menos, não
poderíamos nos dar ao luxo de ignorar. Pois é. Mas, ao que parece, não são
poucos os que preferem continuar insistentemente ignorando-as.
[3] Não é
com uma suposta vitória num pleito eleitoral que iremos resolver todos os
problemas de nosso triste país. Infelizmente não. Não mesmo.
Os caiporas
que ignoraram a necessidade duma estratégia de longo prazo que dê sentido para
ações táticas diversificadas, com certeza estão pedindo para se ferrar de verde
e amarelo pra depois poderem sair contando vantagem, dizendo que, pelo menos,
eles fizeram alguma coisa.
É, terão
feito mesmo. Feito o papel de otários. De otários cívicos, mas, mesmo assim, otários.
Detalhe: digo
isso não por maldade. É que, em regra, todo aquele que tem uma estratégia de
longo prazo sempre acaba instrumentalizando em seu favor as ações daqueles que
não tem. Ponto. Simples assim.
E sejamos
francos: no momento, somente o Foro de São Paulo e seus bernes pensam a
política em longo prazo. Todos os demais partidos e figuras públicas, por julgarem-se
maduros, malandros e experientes em matéria de política, fazem pouco caso e
ignoram olimpicamente isso.
É. Por isso,
em médio prazo, a probabilidade de nos ferrarmos de verde e amarelo é
significativamente grande. Infelizmente.
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