IMAGINAÇÃO DEFORMADA



Por Dartagnan da Silva Zanela


[1]
Nossa capacidade compreensão tem seus limites forjados por nossa imaginação. Se ela, a imaginação, é mutilada, deformada por inumeráveis cacoetes mentais e viciada por toda ordem de estereótipos politicamente corretos, será mais do que óbvio que a nossa capacidade de compreensão da realidade será uma deformidade do princípio ao fim.

[2]
Muitíssimas almas, de imaginação moral adoentada, frequentemente opinam de maneira descuidada e levianamente sobre os mais variados assuntos e, fazem isso, com todo aquele ar de “superioridade crítica” que a gente bem conhece.

Isso acontece porque as sinistras almas sebosas sabem que é mui fácil massagear o ego das almas infantilizadas, de imaginação limitada. Bajulação é tudo o que elas mais querem em suas vidinhas.

Para tanto, basta dar-lhes a impressão de que elas, supostamente, compreendem tudo sem ter que necessariamente conhecer algo com um mínimo de responsabilidade.

Aliás, responsabilidade é algo que não tem lugar no coração dessa gente do "ódio do bem" engajado e de imaginário adoentado.

[3]
Todo zero à esquerda acredita ser uma criaturinha acima do bem e do mal. Imagina, candidamente, que o mundo é a merda que é porque pessoas como ele - com seus correligionários e com as suas ideias de jerico - não estão à frente de tudo para arrumar a vida de cada um.

Porca miséria. Esses tipos ridiculamente críticos, incapazes de dar um rumo minimamente digno para suas porcas vidas são justamente aqueles que acreditam - e como acreditam - ter uma solução brilhante e infalível para a vida de todos.

[4]
Poucas vezes nos flagramos que aquilo que, muitíssimas vezes, nós chamamos de "nossas ideias", sobre isso ou aquilo, não passa dum amontoado de estereótipos e cacoetes mentais que foram, inadvertidamente, absorvidos por nós.

Não é à toa que muitas vezes, ao repetir uma ou outra frase feita, ou um slogan qualquer, um sujeito acredite que isso seja a expressão excelsa duma “ideia crítica”, originalíssima, que brotou criticamente em seus miolos.

Mas isso não é mágica não. É manipulação em massa mesmo. É mais ou menos assim: de repente slogans começam a ser repetidos pelo Estado, pelo sistema de ensino, pela mídia e tutti quanti e, inúmeros tolinhos úteis, por viverem dispersos e desatentos com seus badulaques eletrônicos, acabam absorvendo essas tranqueiras sem se dar conta e, desatentamente, passam a acreditar que pensaram elas com a sua moringa. Bobinhos.

E é claro que todas as alminhas criticamente críticas irão repetir essas frases feitas sem se perguntar de onde isso veio, como ela foi elaborada, por quem foi idealizada e com qual finalidade passou a ser disseminada. Isso não. De jeito maneira. Isso é coisa de reacionário.

Enfim, essa gente crítica só critica o que seus mestres ocultos mandam. Só. O resto, todo o resto, é engolido por elas com aquela baita credulidade canina - caninamente crítica, é claro - que todos nós muito bem conhecemos.

[5]
Quanto mais educada for nossa imaginação, mais ampla será a nossa capacidade de compreensão. Quanto mais desfigurada for nossa capacidade imaginativa, maior será a possibilidade de nos iludirmos com a crença pífia de que estamos entendendo tudo.

[6]
O histérico, dum modo geral, é aquele caipora que, sem ser capaz de compreender a realidade, acaba reagindo escandalosamente diante de determinadas palavras que lhe tragam certo conforto ou desconforto psicológico. E, essas pobres almas assim procedem, porque no fundo, bem lá no fundinho, o que elas querem não é encarar a realidade de frente, mas sim, tolamente acreditar que o fundinho dos seus fundilhos seria toda a realidade.

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