MUITO ALÉM DO TOLERÁVEL
Por Dartagnan da Silva
Zanela
[1] Quando a gente não sabe mais
ponderar a respeito da diferença gritante que, muitas vezes, há entre uma
palavra e um fato é porque estamos muito além da linha da total e irrestrita
histeria.
[2] Quando entregamo-nos de
braços abertos ao que podemos chamar de indignação seletiva, é porque estamos,
de fato, nos tornando um canalha diplomado, desprovido de qualquer resquício de
caráter.
[3] Pipocou pelo Brasil a fora
inúmeras propagandas eleitoreiras com a foto do senhor Lula sendo apresentado
como o candidato para presidência do Brasil.
Tendo esse fato em vista, pergunto:
devemos ter medo disso? Penso que sim. Não de Lula, em particular, mas de todos
aqueles que estão fazendo isso e/ou aplaudindo esses atos, pois esses sujeitos
não estão apenas desrespeitando de maneira afrontosa a lei e as instituições
democráticas. Essas pessoas estão dando uma clara demonstração do que elas são
capazes de fazer pelo poder. Ou seja: tudo, de qualquer coisa para conquistar o
poder.
Aliás, torna-se visível e
flagrante o modus operandi da consciência moral desses indivíduos coletivistas.
É mais ou menos assim: na base dos dois pesos e das duas medidas. Ou, conforme
reza o próprio vocabulário marxista-trotskista, tudo que seja bom para a
realização dos objetivos da revolução, é bom; e tudo que contraria esses
objetivos, é mau.
Enfim, não é muito difícil
entender a mentalidade de gente com o senso moral e das proporções deformado
desse jeito. O que, de fato, torna-se difícil de entender e de engolir é o
trololó de bom-moço que esses tipos propagandeiam para tentar justificar, para
si e para todos, aquilo que é sumamente injustificável.
[4] A história é velha, bem
velhinha, mas ainda continua, infelizmente, extremamente atual.
Imagine um caboclo dizendo a
palavra “machista” para acusar alguém disso e, no mesmo instante, uma chusma de
histéricos começará a “encontrar” machistas debaixo do tapete da sala e dentro
da privada. Já repararam?
Isso ocorre porque esse é o modus
operandi do histérico. Ele vive num clima de auto-hipnose e de encantamento
grupal que, por sua deixa, acaba levando-o a não mais compreender com relativa
clareza as obviedades mais patentes.
Exemplo: imagine um homem, num
restaurante, cuspindo no rosto duma mulher. Homem esse que integra a sua seita
política. Pergunta: ele será visto pela chusma de histéricos pelo que ele fez
[por aquilo que ele é] ou pelas palavras que serão utilizadas para maquiar o
acontecido?
Pois é. Machista são sempre os
outros, mesmo que não o sejam. Quanto aos companheiros, esses nunca o são,
mesmo que assim procedam. Mesmo que de fato o sejam.
Enfim, assim é que se forma um
rebanho facilmente manipulável dando-lhe, é claro, a impressão de que eles são
membros integrantes duma suposta “consciência coletiva esclarecida e engajada”.
Sim, isso é tão triste quanto
feio, mas é assim mesmo que a banda toca.
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