O OBSERVADOR PARTICIPANTE
Por
Dartagnan da Silva Zanela
[1] O avacalhador geral da república recomenda:
não procure encontrar, com o seu voto, um novo "pai dos pobres", nem
queira escolher uma espécie de "grande timoneiro" para governar o
nosso triste país.
Imagino que já estamos bem crescidinhos pra
ficarmos depositando nossa fé numa tranqueira dessas que acha que o Estado é
ele e que o povo é seu. Todinho seu.
Enfim, seria bom, muito bom mesmo, mantermos
uma distância segura dessa ideia totalitária e de todos os que estão dispostos
a fazer o diabo para defendê-la.
[2] Não espero um salvador da pátria. Na
verdade, quero distância desse tipo de tranqueira. Quero apenas alguém que,
mais ou menos, me represente temporariamente. Só isso. Da minha vida e dos meus
entreveros, bem ou mal, cuido eu.
E tem outra: também não quero que ninguém
assuma a presidência ad eternum. Aliás, qualquer um, qualquer grupo que ventile
essa possibilidade, pode ter certeza, bom sujeito não é. Não mesmo.
[3] O que muitas vezes fazemos para defender um
candidato, um partido ou uma ideologia, pode até ser legítimo, mas não deixa de
ser ridículo.
[4] Em Roma, para distrair os tontos, haviam as
lutas de gladiadores e execuções públicas com requintes de crueldade. Hoje, nas
repúblicas modernosas, os tontos se distraem com lutas eleitorais e com
linchamentos virtuais.
[5] Tomemos cuidado, muito cuidado, com todo e
qualquer tipo coletivismo, porque todos eles, pouco importando o nome que
recebam, falam sempre em nome duma entidade coletiva abstrata que cega todos os
seus membros para a realidade individual concreta. Todos eles. Sem exceção.
[6] Não seja moralista, nem revolucionário, nem
reacionário. Tente ser apenas você. Rompa as regras, com todas elas se assim
desejar, mas guarde, zelosamente, cada um dos Mandamentos do Senhor.
[7] Toda ideologia sempre é, e sempre será, um
trem rasteiro, por definição. Agora, se for coletivista, além de rasteiro é um
trambolho abjeto.
[8] Chega ser engraçado, pra não dizer outra
coisa, ver um punhadinho de pessoas que vivem falando pelos cotovelos em
perdão, em diversidade, pluralidade e tererê, gritarem, com um ódio profundo e
convicto, contra alguém. Risível mesmo, mas, enfim, essas são coisas fofas cultivadas
pela galerinha do “coletivismo do bem”.
[9] A loucura política engajada se assenta de
vez quando a histeria, coletiva e difusa, se retroalimenta de seu discurso
insanamente repetitivo, que acaba deslocando o papel [exclusivo] da consciência
individual para uma entidade coletiva que, por sua deixa, termina por fazer com
que o indivíduo confunda as palavras de ordem do coletivo com a ordem da
realidade concreta.
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