PINGADAS DUMA TORNEIRA ENFERRUJADA
Por
Dartagnan da Silva Zanela
[1] Você não gosta
de políticos? Justo. Mas por que você ama o Estado então? Por que você
acredita, candidamente, que o Estado seria o meio providencial para resolver
todos os problemas e injustiças que se fazem presentes na sociedade brasileira?
Por quê? Resolva essa equação, urgentemente, se ela habita o seu coração.
[2] Quanto maior
for o Estado, quanto mais amplos forem os seus meios de ação, menor será o
espaço para o exercício da cidadania e, consequentemente, da liberdade.
[3] Quanto tempo
vai levar para certas pessoas entenderem que chamar alguém de nazista não é um
mero insulto, mas sim, uma imputação de crime? Não sei dizer. Como também não
sou ninguém para dizer o que você pode ou não dizer. Mas te digo uma coisa:
chame seu adversário de qualquer coisa, de bocó, de tongo, de idiota, de
ignorante, de vadio, mas não o chame de racista, machista, homofóbico, fascista
e nazista. Se o fizer, prove. Caso contrário, crie vergonha na cara e pare de
ser tão leviano.
[4] Tem, por aí,
uns pares de caboclos que são pagos [com dinheiro dos pagadores de impostos]
pra repetir um discurso ideologicamente deformado e acreditam, sinceramente,
que isso faz deles um punhado de idealistas, sujeitos de índole superior e
blábláblá. Bem, na verdade, como nos lembra o finado Millôr Fernandes, há uma
grande probabilidade desses sujeitos serem do naipe dos piores tipos de pessoa
que existe, daquele tipo que vive [parasitariamente] da sociedade por meio de
uma ideologia e, ainda por cima, acredita que a sociedade deve agradecê-los por
isso.
[5] Qualquer um
que ao fala, diz fazê-lo em nome de algo ou de um grupo, como se fosse uma
espécie de porta-voz autoproclamado disso ou daquilo, francamente, esse tipo de
gente não vale um vintém furado e, bem provavelmente, seja um sujeito de
caráter muito frágil, haja vista que sente a necessidade quase irascível de se
esconder retoricamente atrás duma multidão virtual, de uma ideologia, de um
partido, ou de tudo isso junto e misturado, porque é incapaz de pronunciar-se,
com sua própria voz, a partir do tribunal de sua consciência individual.
[6] Perguntar não
ofende: nós conhecemos a vida de quantos grandes estadistas? Quantas biografias
foram lidas por nós sobre essas figuras quem pontilham a história da
humanidade? Se nossa resposta é uma envergonhada e silenciosa negação, como é
que podemos ser capazes de dizer para nós mesmos que sabemos como deve agir um
Estadista e como ele deveria se portar nas mais variadas circunstâncias? Quais
são os nossos reais parâmetros de comparação? Quais são? Francamente, se
fazemos questão de ignorar o conhecimento sobre a vida de um bom punhado de
pessoas desse calibre, bem provavelmente nossas escolhas eleitoreiras estarão
muito mais próximas duma torcida (des)organizada do que duma decisão tomada com
um mínimo de responsabilidade.
Comentários
Postar um comentário