XUCRISMO EM GOTAS
Por
Dartagnan da Silva Zanela
Estou macunaímico. Isso mesmo. A preguiça me pegou pelo calcanhar e não está afim de me largar. Lazarenta veia. Fazer o quê? Faz parte do babado. Bem, mesmo assim, segue abaixo nove reflexões preguiçosas para o deleite amigo leitor.
[1] A tonguice é livre. Nem tributa é. Mas não queira, por favor, que as pessoas sejam obrigadas a aplaudi-las e a dizer amém a cada um dos seus disparates.
[2] Quanto mais ignorante o sujeito é, mais
sabido ele se imagina ser; e, assim o é, porque não tem como o tonto dar falta
duma coisa [conhecimento] que ele nunca teve. É triste, mas é assim mesmo que a
banda toca. Quanto mais estulto o caipora é, mais orgulho ele sente daquilo que
nunca teve e que, bem provavelmente, nunca terá, porque nunca realmente o
desejou.
[3] Quando um Currupira diz que isso ou aquilo
é científica, ou historicamente, provado ou demonstrado, mais do que depressa
pego um bom rolo de papel higiênico, porque eu já sei exatamente o que vem
depois dessas palavras.
[4] Pra que serve um diploma? Para
autorizar-nos a fazer alguma coisa. Só isso. Agora, pra fazer isso ou aquilo
precisamos tão somente daquilo que aprendemos, daquilo que sabemos,
independentemente de quantos diplomas tenhamos para enfeitar a parede.
[5] Andrade, digo, Haddad, segue dialogando com
os partidos golpistas, digo, com o MDB e com o PSDB.
[6] Quando a educação é realizada
exclusivamente em clave marxista essa acaba, invariavelmente, por restringir o
horizonte de consciência do indivíduo que, por sua deixa, passa a ver tudo,
tudinho, de forma binária e invertida.
Não é à toa que o infeliz que passa por isso
termina por idolatrar o seu rancor ideológico e a incensar a sua inveja
vitimista como se ambas fossem virtudes cívicas de primeira grandeza.
E, todo pobre diabo que cai nessa arapuca (des)educacional,
aprende a isso tudo com a devida roupagem utópica rota de suposta justiça
social.
Trocando em miúdos: ele não foi educado. Talvez
doutrinado. Mas, com toda certeza, ele foi enganado.
[7] Segundo a Anistia Internacional o Regime de
Maduro (2015 – 2017), na Venezuela, já conseguiu a façanha de matar dezoito
vezes mais do que a toda a ditadura militar brasileira (1964 – 1985). Dezoito
vezes mais.
Em verdade vos digo: quando o negócio é terror
de Estado, ninguém segura a galerinha vermelha do ódio do bem. Eles são feras
nisso.
Detalhe: segunda a Anistia Internacional, as
forças de segurança do Estado venezuelano agem com a intenção, repito, com a
intenção covarde de assassinar os mais vulneráveis e excluídos.
Pois é, mas segundo muitos, a Venezuela é uma
democracia. A democracia dos devaneios utópicos vermelhos de muita gente que se
pinta e se apresenta como sendo a coisinha mais fofa da face da terra.
Não são poucos os que aqui, nessas terras
cabralinas, defendem com unhas, dentes e bile o Bolivarianismo que impera na
tristonha Venezuela.
E, é claro que, toda essa gente do bem,
tolerante e cheirosa, ainda insistem em nos engambelar com aquele papinho
furado e azedo de sempre, de que eles são os [legítimos] defensores das
minorias e trelelê. E quem não for como eles, vocês já sabem: é fascista, machista,
taxista e tutti quanti.
Enfim, verdade seja dita: esses fatos
demonstram por A mais B que aqueles que se autoproclamam os defensores dos
desvalidos, não se importam, de fato e realmente, com o sofrimento humano. A
sensibilidade deles é seletiva e, por isso, instrumentalizam sem a menor
cerimônia o sofrimento alheio para defender os seus delírios ideológicos em
qualquer lugar e a qualquer custo.
Simples assim. Triste assim.
[8] A consciência moral dos defensores de
Maduro, se algum dia existiu, já deve ter a muito caído de podre.
[9] Toda vez que colocamos uma ideologia acima
da verdade, toda vez que consideramos um partido como o único porta-voz
legítimo das "boas intenções", nossa consciência moral
invariavelmente se retrai, míngua e, consequentemente, acabamos sendo
subjugados à autoridade (i)moral dum partido político, de um caudilho, de um
ídolo de barro, duma seita, ou de qualquer tranqueira desse gênero que, por sua
deixa, passa a nos ditar o que deveremos aceitar como sendo o certo e o errado,
o justo e o injusto, o verdadeiro e o falso.
Nesses casos que, infelizmente, não são raros
em nosso país, pouco importa se os olhos dos indivíduos estão vendo o contrário
daquilo que está sendo martelado na consciência amortecida e agonizante de cada
um deles. A única coisa que interessará para esses pobres diabos é que todos
eles estejam de acordo com sua turminha amestrada, repetindo em coro as
mesmíssimas palavras de ordem como se essas fossem sentenças de excelsa
sabedoria.
É triste, mas é assim mesmo.
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