MASSA DE MANOBRA E TUTTI QUANTI

Por Mauricio Marques Canto Jr.



Uma das maiores vergonhas que eu já passei na vida foi por causa do meu preconceito.

Tendo a certeza de abraçar os valores mais altos da humanidade, pensando na paz, justiça e tudo aquilo que fosse absolutamente abstrato e lindo, não entendia como as pessoas poderiam pensar na moda, em roupas e adornos para, eu então pensava, fingir ser mais agradável e atraente.

No meu preconceito, moda era coisa de (apenas) gente fútil e superficial.

Em algum momento apareceu um documentário (acho que Netflix), onde dois irmãos eram conhecidos pela sua extravagância no modo de vestir.

Tornaram-se famosos, conhecidos e reconhecidos pelo apurado gosto estético nas suas vestes.

Lançaram tendências e fizeram sucesso.

Usando sapatos bico fino, chapéus com pena na cabeça, paletós e coletes, a cena toda já me fazia babar para julgá-los, querendo encontrar no filme justificativas para a certeza de que era tudo vaidade e frescura, porque pensar em moda, na minha cabeça, era pura futilidade.

Não deu meia hora de documentário (sou mais curioso do que tudo, acho), e a mais densa e pura realidade bateu na minha cabeça tão forte que eu aprendi a nunca mais julgar antes de realmente conhecer os fatos.

Os produtores do documentário perguntaram como tudo aquilo começou.

Daí eu já fazia a festa mental da satisfação de meus preconceitos, porque saberia onde tiveram a, então acreditava, estúpida ideia de viver à mera moda.

A resposta dos dois irmãos (toda vez que eu lembro dá vontade de bater em mim mesmo):

- Nós começamos a pensar em moda porque vivíamos num orfanato e achávamos que teríamos melhores chances de sermos adotados se fôssemos mais bem vestidos.

Foi uma marretada na minha consciência.

Todas as minhas certezas de que eu pudesse julgar alguém, sem estar nos seus sapatos, sem conhecer a história da sua vida, desapareceram.

Aprendi a duvidar das minhas mais tênues certezas.

Aprendi a me calar, a perceber e a ouvir sempre, não importando o que eu já pensasse antes.

Quanto mais você entende, menos você julga.

Hoje tento compreender as histórias, os fatos, enfim, a literatura da vida, antes de esboçar um único pensamento.

Daí este post.

Para lembrar a todas as mulheres que o feminismo atual não tem nada, absolutamente nada a ver com as suas vidas.

É óbvio que houve avanços significativos, mudamos de “lugar de mulher é na cozinha” para “lugar de mulher é onde ela quiser”.

Negar onde já chegamos, e a luta que houve pela igualdade de gênero, é pagar de idiota.

Mas o que temos nos dias de hoje é, absoluta e irremediavelmente, manobra de massas para fins políticos. Única e exclusivamente para fins políticos.

Não bastou a mulher mais poderosa do século XX, Margaret Thatcher, tem morrido sob o mais sinistro silêncio dos movimentos feministas.

Compartilhei há alguns dias sobre a primeira mulher a concluir um pesadíssimo curso militar de guerra na selva, sob mais um silêncio constrangedor dos grupos feministas.

Agora, temos a maior votação da história do Brasil para uma mulher, uma deputada estadual.

De novo: a maior votação da história do Brasil foi para uma mulher (maior que a maior para os homens, que conseguiram um honroso segundo lugar na história - na história do país, ora poha!) e você não vai ver nenhum textão, nenhuma notinha, nada de aplausos para ela em sites feministas.

Nada, nenhum site feminista falou nada. Eu não vi.

E todo mundo sabe o porquê: a eleita não é esquerdista nem feminista, não “representa o movimento”.

O movimento feminista atual mostra não querer empoderar as mulheres, mas apenas usá-las para fins políticos.

Se alguém tiver alguma dúvida disso, falta inteligência ou caráter (ou tem problemas tão graves na própria vida que projetam seus dramas para o mundo).

E esse é um fio da meada para entender os movimentos identitários atuais, onde dizem lutar para as minorias e usam todos, todos, como massa de manobra.

Veja a importante luta contra o racismo: os maiores negros da história (<https://spotniks.com/7-personagens-negros-da-historia-do-b…/>) não são condecorados. Preferem utilizar um escravagista que, segundo dizem, matou o próprio tio para conquistar o poder.

Também, contra a homofobia: deixaram um beessha maravilhoso morrer no esquecimento (tenho muitos amigos do terceiro setor e, se alguém tem algum problema com isso, tenho certeza que não se garante. Certeza.). Um homem educado, elegante e inteligente que nunca ficou dando trela para movimentos esquerdosos foi devidamente esquecido.

Sim, o Clodovil foi esquecido porque defendia a família e disse algo assim: “não tenho orgulho de ser guei, tenho orgulho de ser quem sou, e todo mundo teve uma mãe [e um pai, ao menos biológico] para poder ter nascido.” (“Guei” para diminuir a chance de ser zuckado) [https://youtu.be/6rkIIh9o7Gk]

Como o Clodovil não fazia coro à histeria esquerdista, foi jogado no fosso do esquecimento. Sua memória é desrespeitada a cada dia por quem finge lutar pelo terceiro setor.

Esses exemplos comprovam: só querem te usar. Não tem como cair nessa.

Enfim, era esse o meu ponto.

Estamos literalmente vivendo o pesadelo de sermos governados por psicopatas e nos transformando em histéricos. Literalmente.

E se você não percebeu ainda, é porque já está começando a adoecer.

Vivemos um mundo tão, mas tão doente e preconceituoso, que ainda é necessário explicar: não podemos votar num poste de presidiário condenado por corrupção, cujo partido venera a tragédia da Venezuela.

Já está correndo por aí a comparação entre os planos de governo (se ainda não viu, veja quem quer censura, aumentar impostos etc.).

Até no papel eles perdem, e feio.

Nossa única opção pode não ser perfeita, mas é literalmente a única opção.

Jogar contra é ser inimigo do Brasil.

E se a sem-vergonhice de urnas eletrônicas se engraçar ainda mais no segundo turno, o Brasil não vai se calar. Não vai mesmo. (Isso se as provas colhidas no primeiro turno já não forem suficientes).

Aqui não tem nenhum ignorante iletrado para cair nesse papinho de “fascista”, “homofóbico”, “risco para a democracia”.

O único risco real para a democracia é deixar os inimigos da pátria trazerem a censura, o atraso, a cizânia, o roubo e a corrupção como sistemas de governo, causando um mal ainda maior do que já fizeram nas últimas décadas.

Podem ficar à vontade enganando os otários. Por mim, massa de manobra é coisa de burro, e burro tem mais é que pastar.

Que Deus nos ajude

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