NOTAS DUM DIÁRIO SEM CAPA E SEM DATA – página oo2



Por Dartagnan da Silva Zanela


[1] Desde que eu me conheço por eleitor que eu não sei o que é eleger um presidente. São vinte quatro anos na oposição. Isso mesmo amiguinho: vinte e quatro primaveras. Muita gente que nasceu ontem - no final do século XX ou no começo desse milênio - está fevosa da vida porque o Randap não venceu a dita cuja eleição. Nossa! Como estão fevosos. Mas não fiquem assim não porque, em primeiro lugar, não vale a pena. Falo por experiência própria. Em segundo lugar: é normal ficarmos amargos, por algum tempo, devido a uma derrota, mas não histérico. Histeria é coisa feia e bem provavelmente num futuro não muito distante todas as pessoas que assim estão se portando, bem provavelmente, se arrependerão disso. Pior! Sentirão vergonha. E esse arrependimento vergonhoso será mais azedo que o amargor sentido nesse momento.

[2] É interessante como os autoproclamados tolerantes não toleram a existência do divergente, do diferente.

Para eles, os autoproclamados tolerantes, o divergente é anti-humano, fascista e, é claro, que por declararem isso, essas pessoas passam a se reconhecer como sendo as coisinhas mais lindas e fofas desse e de todos os mundos.

É rapaz, nessas cabecinhas deformadas e de fala deformante, malvadões são sempre os outros. Eles, ao contrário do Elenão e de seus partidários, são bonzinhos pra lá de metro.

Pois é. Mas, devagarinho, essa desfaçatez está sendo desmascarada com o confrontar das artificiosas falas ideologizadas com os fatos e, tal desmanche discursivo, está sendo, realmente, muito divertido. Muito divertido mesmo.

[3] Lembrar é viver. Viver rindo, é claro, porque rememorar pra se remoer de remorso, raiva e mimimi é coisa pra gente lelé

Então, vamos lá: lembram-se do que Lula e sua turma chamavam Aécio Neves? Lembram? Pois é, ele era rotulado de fascista, nazista, machista e tutti quanti.

Sim, Aécio não presta e foi merecidamente para a fossa séptica da história, porém, sejamos justos, ele não era nada disso. Era e é outras coisas, mas não isso.

Para esquerda, desde os idos de Stálin, qualquer um que se coloque contra seu projeto totalitário de poder será enquadrado, leviana e cinicamente, como fascista ou qualquer coisa que o valha para desqualifica-lo, haja vista que, como Lula certa feita havia dito, eles são capazes de fazer o diabo para não largar o osso. E são mesmo. Como são.

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