NOVÍSSIMAS MÁXIMAS DO SEU ARSÊNICO
Por
Dartagnan da Silva Zanela
[1] Se santo de casa não faz milagre meu filho,
quem o diga esse diabedo todo que, de quatro em quatro anos, mostra sua cara
nesses santinhos.
[2] Socialismo no dos outros é refresco, no da
gente é Cuba.
[3] Eleição não é brincadeira não, mas é
divertida. Depois que ela acaba a gente chora e passa raiva por quatro anos.
[4] Quem não é capaz de amar o próximo por meio
de pequenos gestos anônimos é incapaz de amar qualquer um através de atos
encenados publicamente e midiaticamente comunicados.
[5] Qualquer um que adote, como parâmetro moral
e político de sua vida, a satisfação e o desagrado de seus afetos caprichosos
como se fosse a expressão máxima daquilo que seria o “bem” e o “mal”, com ou
sem o perdão da palavra, esse caboclo não seria uma criatura digno de um pingo
de respeito. De dó, sim, é claro; mas de respeito, não. Não mesmo.
[6] Quando moleque, se eu aprontasse alguma
coisa, além de levar aquela bronca, junto com uma sova de cinta, chinelo ou
vara de marmelo, minha mãe sempre me dizia: “se você quer aparecer piá, pinte o
fiote de vermelho e suba num poste!”
Não era apenas a minha mãe que dizia isso.
Todas as mães das décadas de 70 e 80 diziam. Todas. Todas as boas mães, é
claro.
Naquele tempo a gente entendia que elas estavam
tirando uma com a nossa cara depois da bronca e da sova que nos davam, mas, ao
que tudo indica, não são poucos os indivíduos que encararam o esporro como um
tipo de conselho a ser seguido.
Isso mesmo. Vira e mexe, somos brindados com as
imagens de indivíduos pelados com o fiote e o corpo todinho pintado.
Pior! Uns chamam isso de arte, outros de
manifestação cidadã e, ainda, há aqueles que dizem que tais atos seriam um
misto das duas coisas.
E não é apenas isso não. Todo aquele que disser
o contrário, digo, todo aquele que ousar descrever o óbvio ululante será, de
imediato, rotulado como fascista, machista, sexista, homofóbico, racista e o
caramba a quatro.
Enfim, ao que tudo indica, para essa gente a
insanidade passou a ser a regra de moralidade maior e a demência a norma cidadã
por excelência.
[7] Tudo bem, todo mundo tem direito de pagar
mico e, enquanto direito, respeito. Sei que isso faz parte da democracia.
Aliás, o que seria dum pleito eleitoral sem as micagens, não é mesmo? Porém
tigrão, esse direito, como todos os outros, pode ser desfrutado, mas não deve
ser abusado. Entendeu seu abusadinho? Que bom.
[8] Cuidado com esse negócio de ficar encima do
muro. Cuidado porque, além de ser uma baita frescura, você pode escorregar,
virar, bater a nuca e acabar acordando em Cuba.
[9] Dizem por aí que opinião é igual bunda.
Cada um tem a sua e, presume-se, que cada qual saiba muito bem o que fazer com
ela. Agora, há aqueles que creem ser a bunda algo equivalente a uma opinião.
Por isso, quando alguns ouvem que todos tem direito a manifestar a sua opinião
sobre algo ou alguém, mais do que depressa uma chusma desse naipe aparece
publicamente, e em rede nacional, mostrando e balançando seus barangandãs
democraticamente. Parece até piada, mas, como todos nós sabemos, é mais ou
menos assim que a banda anda tocando ultimamente.
[10] Não procura atalhos, procura apenas seguir
Aquele que é o caminho. O caminho, a verdade e a vida.
[11] Ficar rotulando os adversários de nazistas,
a torto e a direito, além de ser uma baita leviandade, é um grande desrespeito
pela inteligência das pessoas e, principalmente, pela memória das vítimas do
holocausto. Canalhas, isso é o que são. Canalhas da mais baixa categoria, sem
escrúpulos, sem limites e sem a menor dignidade.
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