A INSUSTENTÁVEL LEVIANDADE DO PSICOPATA COLETIVO
O Imbecil Coletivo, degeneração intelectual de causa
política, permitiu a formação do Psicopata Coletivo, a degeneração moral por
causas espirituais.
Se antes o problema era compreender, agora a dificuldade é
sentir.
Centenas de mulheres reclamaram do assédio (e até estupro) de
um indivíduo que garante receber espíritos desencarnados e promover curas.
Imediatamente, surgiram dúvidas da veracidade das declarações (ninguém pode ser
obrigado a acreditar em nada), mas desembocou no acinte “como pode a pessoa
voltar para receber a mesma violência?”
Incapaz de sentir o medo, a dúvida, a necessidade, o
desespero, a verdadeira opressão que uma vítima de abuso sexual sofre,
abriram-se os portões do inferno para que a lasciva anímica do ódio ao ser
humano, portanto a si mesmo, tornasse-se regra geral.
Em outro caso, uma criança de dez anos de idade teve uma
experiência espiritual (independentemente dos nossos julgamentos, afinal: a experiência
foi dela), que a impediu de cometer suicídio após ter sido estuprada por metade
da sua vida.
O que aconteceu? Piadas e gracejos sobre goiaba e Jesus.
A degeneração ética da política demonstra a perversão moral
do espírito, numa coexistência literalmente diabólica (de separação) de ódio ao
mundo real.
Afinal, corrupção é exatamente isso: perverter o destino
normal de uma realidade.
Se a ponerologia demonstra que governantes psicopatas
produzem governados histéricos, o tédio do histérico alimenta uma reação
psicopata, onde não basta negar a realidade em nome do governante, mas provoca
uma necessidade de também reproduzir o mal de que fora vítima.
A intimidade da alma com a realidade revela-se na capacidade
de empatia. A partir do momento que um indivíduo não consegue nem perceber o
que o outro sente, a sua humanidade diminuiu, e muito.
Parece tudo um exagero meu?
Veja esse post no Facebook:
“A mulher disse que o médium a estuprou seis vezes. Te (sic)
juro que não entendi”.
Daí, acompanhe algumas respostas ao post (li até onde
aguentei):
[i] “Foram seis vezes.....? Acho que ele enjoo, então!”
[ii] “Talvez ela tenha retornado mais vezes por que gostou do
remédio amargo. UGH!”
[iii] “Se ela voltou por 6 vezes é porque gostou né
mesmo! Eita gente retardada”.
[iv] “Nem eu , teve uma que foi 10 vezes como assim ?
Gostavam então né?”
[v] “Um velho forte e sarado... rsss”
[vi] “Acabou gostando kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk”
[vii] “- oi, tá muito ocupado hoje? - é que eu vim ser
estuprada. Mais ou menos isso”.
[viii] “Eu também tive um vizinho que fez isso comigo seis
vezes !! Eu já o esperava na garagem do prédio !! Nossa !! Era horrível !!!
SQN”
[ix] “Sem a menor dúvida, essas que foram estupradas mais de
um vez, voltaram porque gostaram...”
[x] “Bom, eu que tô batendo parma há uns anos, acho que vou
recorrer à esse garanhão. Uhuuuuu!!!”
[xi] “Nesse caso especifico imagino que tenha sido algo
assim: 1ª vez ela não percebeu o que era..... 2ª vez ela ficou na dúvida ser
era o que era... 3ª vez ela achou que foi muito rápido e não teve certeza... 4ª
vez ela pensou, ‘Será que isso é isso mesmo? Que bom que é isso’... 5ª vez ela
quis ter certeza que era bom, e que aquilo, não era uma vela, mas que era bom
era.... 6ª vez ela ficou brava porque teve alta, e "aquilo era aquilo
mesmo" e agora tinha certeza que podia reclamar e denunciar...”
Depois disso tudo, finalmente, apareceu uma resposta que
mostrou um pingo de decência:
“Ele estuprou a filha dele, gente... Uma engravidou aos 16
anos... As pessoas acreditam em picaretas da pior espécie. Um abusador da
boa-fé de pessoas desesperadas. Esses psicopatas manipulam pessoas sofridas e
com depressão. Fazem o diabo pra enganar pessoas fracas... E bonitas, claro.
Canalha da pior espécie. Eu acredito nessas mulheres. Vendendo passiflora a 50
reais.. E o povo comprando. E o psicopata enriquecendo. A ignorância é a pior
doença”.
A corrupção financeira que varreu o país, num grau e
organização inéditos, não poderia deixar de estar acompanhada pela corrupção
moral, então espiritual, de um povo que não aguenta mais o mal invadir as
nossas vidas, destruir a nossa saúde e corromper a nossa educação.
Trabalhar a vida inteira apenas para sobreviver, enquanto
políticos e seus comparsas enriquecem na nossa frente, gera uma revolta que, em
muitos casos, pode nos transformar em tudo aquilo que odiamos.
A questão é perceber que a nossa revolta contra a corrupção
não pode tornar-se uma revolta contra o mundo.
Afinal, tudo isso é prova do que vivemos, não do que somos.
O limite e sentido de nossas vidas não deve ser determinado
por quem nos violenta.
Com mais ladrões, estupradores e assassinos enjaulados nas
penitenciárias, com a demonstração institucional da luta contra essa corrupção
que vilipendia a nossa nação, caberá, a cada um de nós, emergir desse estado de
coisas para a realização de um país do tamanho dos nossos sonhos, ao invés de
uma nação que consista dos nossos pesadelos.
Enfim, o primeiro passo para a cura é o reconhecimento da
doença.
Não devemos nos abalar com o problema, mas lutar pela sua
solução, com fé, postura e atitude.
O mundo exige a coragem que mora dentro de você, até porque
agiremos na medida em que acreditamos.
Sentir, acreditar, decidir e agir: a verdadeira nação é feita
por cada um de nós.
(*) Escrito por Por Maurício Marques Canta Jr.Bacharel e Mestre em Direito pela UFPR. Advogado,
professor orientador em especialização pela UNITER e aluno do COF (Curso online
de Filosofia).
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