NOTAS DUM DIÁRIO SEM CAPA E SEM DATA – página 14
[1] A profunda [e violenta] doideira [de pedra] de muitos
militantes rubros é fruto dum conhecimento rasteiro do tal materialismo
histórico em misto com uma presunçosa ignorância, funcionalmente histérica,
sobre tudo o que não se enquadra no seu minúsculo quadradinho ideologicamente
deformado e deformante.
[2] Se imaginamos que somos perfeitos, perfeitinhos, que
somos um doce de pessoa que apenas está, alegre e candidamente, peregrinando
por esse vale de lágrimas como se fosse um mar de rosas, nós estamos
literalmente lascados porque, ao supormos isso, acabamos por colocar as nossas
imperfeições no alto dum pedestal para cultuá-las como se fossem o sétimo céu.
Bem, desse modo, sem querer querendo, acabamos nos condenando aos grilhões do
mais profundo dos círculos infernais.
[3] Um pequeno grupo de militantes organizados, fantasiados
de professores e alunos, é mais do que suficiente para acabar com uma
instituição de ensino.
[4] Pensar é fácil. Qualquer jumento é capaz disso. Agora,
agir, de maneira eficaz, são outros quinhentos. Sim, os jumentos também agem,
mas sob o guiamento de outros, imaginando que estão realizando algo por conta
própria. Agora, outra coisa bem diferente é guiar-se sob a luz da procura
sincera da verdade. Viver assim é uma pedregosa excelência que não é pra
qualquer um. Não mesmo. Porém, infelizmente, não são poucas as pessoas que
confundem uma vida vivida vaidosamente à sombra de ideias totalitárias e ideais
obscuros com essa excelência que, como havíamos dito, não é pra qualquer um.
Escrevinhado por
Dartagnan da Silva Zanela
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