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O CANCRO DA VELHACARIA

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A identidade de um indivíduo, segundo Michel Foucault, é sua trajetória. Conhecemos quem e o que um indivíduo é pela trajetória percorrida por ele em seu peregrinar por esse mundão bagunçado. Essa observação lacônica, feita pelo maluco filosofante francês, é deveras pertinente para o assunto que intentamos tratar nessas turvas linhas. Com ou sem crise, a vida muitas vezes é um osso e, para um comerciante - especialmente para um prestador de serviços - a vida às vezes lhes brinda com cada ossada que é brincadeira. Uma brincadeira sem a menor graça, diga-se de passagem. Digo isso porque sou um franco admirador daqueles que fiam seus dias nessa arte. A arte de vender. Viver do comércio não é para os fracos. É uma aposta em sua ousadia – em abrir um negócio nesse triste país – e outra na honestidade e seriedade de seus possíveis clientes. Sejamos mais claros: o caboclo utiliza suas economias para adquirir determinados produtos, contrata funcionários, paga imposto

NOTAS DUM DIÁRIO SEM CAPA E SEM DATA – página 16

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[1] Apenas somos merecedores da nossa liberdade quando sabemos o quanto a nossa vida vale. E se não o sabemos, basta que voltemos nossos olhos para o alto do madeiro da Santa Cruz para descobrirmos o quanto nossa liberdade custou para podermos usufruir, bem ou mal, dela. [2] Comunismo democrático é um quadrado redondo regido pelos decretos alucinados da Rainha de Copas. [3] A intenção é válida quando a ação é suficientemente consistente e minimamente coerente com o propósito anunciado. [4] Esse negócio de educação crítica, consciência crítica e qualquer trambolho que venha acompanhado da dita cuja palavra "crítica" é, definitivamente, um convite despudorado para mergulharmos na soberba. E digo isso não por ranhetice, mas por uma questão muito simples: um indivíduo que não é capaz de ordenar de modo razoável seus conflitos interiores e equacionar os seus problemas, querer, petulantemente, decretar com os seus coleguinhas, numa roda [crítica] de conversa

NOTAS DUM DIÁRIO SEM CAPA E SEM DATA – página 15

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[1] Na vida, as dificuldades não são elementos acessórios. Elas são a própria vida. Negá-las é rejeitar os elementos que são propriamente os alicerces da formação da personalidade humana, do caráter dum indivíduo. Fugir dos enfrentamentos, das batalhas do dia a dia, seria simplesmente a recusa infantil ao cumprimento do dever de sermos alguém que abraça suas labutas de cada dia. [2] Se o caboclo vem pro teu lado com aquele papo furado de “direita radical", ou com aquela conversa fiada de "extrema direita", pode ter certeza de que o infeliz tem muita, muita merda na cabeça. Tanta merda que chega a vazar pela boca e escorrer pelas orelhas. [3] Cidadania, em si, não funda-se na reivindicação da ampliação dos nossos amados e idolatrados direitos. Sim, isso faz parte do babado, mas está longe de ser a sua essência. Antes de qualquer coisa, cidadania é serviço, dedicação ao bem comum. Cidadania é procurar auxiliar os nossos concidadãos que padecem dalguma

PEPE VS. JAIR

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Lembra-se do presidente do Uruguai, do velho Mujica? Como esquecer daquele figurão com o seu fuscão velho indo votar. Como não lembrar a simplicidade da cozinha onde, estoicamente, ele cevava o seu mate para tomá-lo com sua surrada garrafa térmica. Enfim, mesmo que discordemos de suas ideias políticas, o velhinho era cativante e, seu jeitão, realmente, era e é uma grande lição de desprendimento republicano. Resumindo: uma figura digna de respeito. Podemos dizer o mesmo, aqui no Brasil, do presidente Jair Bolsonaro, o homem do bucho costurado, que também está dando inúmeras mostras desse tipo de desprendimento o que, por sua deixa, nessas terras espoliadas por infindáveis sinecuras patrimonialistas, é algo muitíssimo bom. É um novo e desejável tom que está sendo dado a sinfonia do poder. Sim, é bom, mas é claro que a militância canhota e muitos de seus simpatizantes, dum modo geral, não são capazes de ver isso, pela simples razão de que, na cabeça dessa gente, a es

NOTAS DUM DIÁRIO SEM CAPA E SEM DATA – página 14

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[1] A profunda [e violenta] doideira [de pedra] de muitos militantes rubros é fruto dum conhecimento rasteiro do tal materialismo histórico em misto com uma presunçosa ignorância, funcionalmente histérica, sobre tudo o que não se enquadra no seu minúsculo quadradinho ideologicamente deformado e deformante. [2] Se imaginamos que somos perfeitos, perfeitinhos, que somos um doce de pessoa que apenas está, alegre e candidamente, peregrinando por esse vale de lágrimas como se fosse um mar de rosas, nós estamos literalmente lascados porque, ao supormos isso, acabamos por colocar as nossas imperfeições no alto dum pedestal para cultuá-las como se fossem o sétimo céu. Bem, desse modo, sem querer querendo, acabamos nos condenando aos grilhões do mais profundo dos círculos infernais. [3] Um pequeno grupo de militantes organizados, fantasiados de professores e alunos, é mais do que suficiente para acabar com uma instituição de ensino. [4] Pensar é fácil. Qualquer jumento é capaz

VIVA CRISTO REI!

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Todo dia vinte e cinco de novembro celebra-se a solenidade de Cristo Rei do Universo. Celebra-se? Bem, deixemos essa espinhosa questão em banho Maria. Levantemos outra, mais simples, que esteja à altura de nossas limitações. Ela, a referida solenidade, foi instituída pelo Papa Pio XI, logo no início do seu Pontificado, através da Carta Encíclica QUAS PRIMAS. Mas por que o Sumo Pontífice em questão fez isso? O que ele queria nos lembrar com essa solenidade? O que ele queria nos ensinar por meio dessa Encíclica? Bem, essas perguntinhas são mais fáceis de serem respondidas. Então, como dizem os gaudérios: “vamo que vamo e dele que dele”. O finado Papa está nos advertindo para aquilo que o mesmo qualificou como sendo um dos grandes males que assola a modernidade que, no caso, seria o laicismo com suas inúmeras consequências. Detalhe importante: não confundamos laicismo com Estado laico. Essas são coisas nominalmente parecidas, porém, mui distintas na substância. Estado

NOTAS DUM DIÁRIO SEM CAPA E SEM DATA – Página 013

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Por Dartagnan da Silva Zanela [1] Quanto não mais somos capazes de rir, de achar graça numa piada, é sinal de que, bem provavelmente, nossa inteligência está ficando debilitada por estarmos vivendo uma vida distante da Graça. [2] Quando fazemos pouco do fato de que carregamos, em nossa alma, a mancha do pecado original, é sinal de que estamos tolamente abdicando de nossa capacidade de discernimento e ignorando o peso da realidade. Ou seja: por soberba e vaidade negamos nossas culpas para não termos responsabilidade alguma pelas decisões insensatas que tomarmos em cada um dos dias de nossa vida. [3] A ex-presidente Dilma está participando [daquele jeitão] do Fórum Mundial do Pensamento Crítico que estava sendo realizado em Buenos Aires, agorinha, entre os dias 19 e 23 de novembro de 2018. Ao que parece, o pensamento crítico nacional estava sendo mui bem representado pela verve prolixa da mulher sapiens. Com certeza foi.